11/02/2013

seres superiores

O jornal da tarde na RTP1 acaba de dedicar uma boa meia hora à demissão de Joseph Ratzinger. Para além de não ser muito laica a importância relativa dada às notícias de cada religião, a entrevista de Alberta Marques Fernandes a dois teólogos (um ramo do 'saber' a par da astrologia ou do tarot), foi isenta de qualquer pergunta ou comentário que não os mais obsequiosos.

Não se abordou nenhuma das maiores controvérsias do reinado de Ratzinger, líder totalitário da última teocracia absolutista na Europa: os ataques às minorias sexuais e de género, exercidos até nas mensagens de natal, a restauração de seitas como a Sociedade Pio X e do bispo anti-semita Richard Williamson, o auxílio dado à propagação do HIV em África através da condenação do uso do preservativo, e a continuidade da tradição milenar de exclusão das mulheres no seio da ICAR. A tolerância do clero pedófilo, e tentativa activa de esconder os seus crimes da sociedade e da lei, foi miraculosamente transubstanciada num esforço heróico para acabar com o abuso sexual de crianças.

Contudo, as afirmações de Januário Torgal sobre o assunto conseguem ir ainda mais além: o papa é um ser superior.

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