03/09/2010

horizonte

As pessoas transsexuais não são apenas uma das populações humanas mais discriminadas, isentadas de cidadania ou direitos humanos básicos. São, provavelmente, a população que mais o é, de uma forma que tem permanecido constante ao longo de tempo, países e culturas.

Os governos e a legislação muitas vezes não lhes reconhecem uma cidadania plena, na letra ou na prática. Os cuidados de saúde públicos que precisam para o processo de transição de género, são também limitados ou inexistentes. O acesso ao emprego, bens e serviços é problemático. São alvo de preconceitos e estereótipos desumanizantes que, na maioria dos contextos, ainda estão completamente por desconstruir. É-lhes roubada a identidade e as características pessoais para lhes ser imposto um retrato caricatural alheio e oposto ao que realmente são. Por cá, a igualdade é uma luta recente, mas - felizmente - também não completamente fora do horizonte.

São as pessoas transsexuais quem melhor sabe falar sobre si próprias - e as únicas que podem representar e exigir em seu nome. Por isso vou falar-vos neste 'canto' da minha luta enquanto activista pelos direitos duma população a que pertenço, e dar-vos a conta dos nossos desafios, preocupações e conquistas. Vemos-nos por cá?